Um Genuíno Impasse Entre os Irmãos Responsáveis na Assembleia
Quando houver uma
verdadeira divisão entre os anciãos, a assembleia deve esperar até que Deus
deixe claro o que eles devem fazer. Se chegarem a um impasse, pode ser que
precisem chamar irmãos de outra assembleia para aconselhá-los da maneira
bíblica de se abordar a questão. J. N. Darby disse: “Se a assembleia não se
sente em condições de fazê-lo, isso coloca os irmãos sob sua própria
responsabilidade, e se pedem a ajuda de outros irmãos mais experientes, não há
qualquer problema, pois o corpo é um; mas é a assembleia que deve agir assim a
fim de se purificar, e isto é extremamente importante.”[1]
Ele também disse: “As opiniões dos irmãos de outras localidades têm igualmente
a liberdade de serem apresentadas aos irmãos locais, quando estiverem
relacionadas às questões envolvendo a assembleia dos santos, mesmo que não
sejam membros locais daquela assembleia. Não aceitar isto seria certamente uma
séria negação da unidade do corpo de Cristo... Quando isto ocorre, é uma
verdadeira bênção que homens sábios e espirituais (na condição de indivíduos)
de outras assembleias venham a participar da questão procurando despertar a
consciência da assembleia, isto se vierem a pedido da assembleia ou daqueles
que estejam encontrando dificuldade para resolver a questão naquele momento. Em
situações assim a ajuda desses irmãos, longe de ser vista como uma intromissão,
deve ser recebida e reconhecida em nome do Senhor. Agir de qualquer outra
maneira seria com certeza aprovar a independência e negar a unidade do corpo de
Cristo.”[2]
Irmãos piedosos e
exercitados que conheçam a situação podem visitar ou escrever para aqueles que
têm a responsabilidade da assembleia, apresentando a eles os princípios
bíblicos relacionados à dificuldade em questão. Os irmãos que expressam suas
preocupações e apresentam sua opinião sobre o problema podem ter sido
convidados pela assembleia, ou terem entrado em contato com aquela assembleia
expressando sua preocupação com a situação. Em qualquer um destes casos eles
devem ser bem-vindos pela assembleia local que está lidando com o problema,
pois fazem parte do mesmo um só corpo, e o que afeta um afeta todos.
Mas eles chegam como
irmãos, não como uma assembleia com autoridade para julgar o caso em questão!
Conforme disse A. Roach: “Os irmãos que são convidados por uma assembleia para
ajudarem não têm autoridade para julgar a questão, já que esta é uma
responsabilidade que só cabe à assembleia. Esses irmãos não têm qualquer
parte entre os que julgam, e depois de terem aconselhado seu trabalho pode ser
dado por encerrado”. Ele também disse: “Há algum tempo eu e outro irmão fomos
convidados a ajudar uma assembleia com um problema local. Por ocasião de nossa
última reunião com os irmãos responsáveis por aquela assembleia, o irmão que
estava comigo fez uma declaração nestes termos – ‘Tudo o que podemos fazer é
aconselhá-los como irmãos, e se vocês acharem que nosso conselho pode
ser colocado em prática, vocês devem apresentá-lo à assembleia para aprovação,
pois é ali que está a autoridade’.” [3]
Não encontramos
qualquer passagem na Escritura que possa indicar que uma assembleia deve
intervir na decisão de outra assembleia e julgar novamente a questão. Isto
seria negar a autoridade do Senhor no meio da assembleia responsável pela
questão, o que é a essência do erro do Bethesda (Irmãos Abertos). Anos atrás,
durante uma conferência em Saint Louis, Missouri, EUA, foi feita uma pergunta: “É
certo que uma assembleia interfira na decisão tomada por outra assembleia em
relação a algum problema?” A resposta foi: “Não, a menos que exista um convite
fundamentado na Escritura para que isso ocorra. Muitos problemas são causados
quando uma assembleia se intromete nas questões de outra sem ser convidada.
Agir assim é um erro.”[4]
[1] N.
do A.: “Letters of J. N. Darby”, vol. 2, pág. 198.
[2] N.
do A.: “Letters of J. N. Darby”, vol. 2, pág. 200.
[3] N. do
A.: “The Assembly as Judge”, A. Roach, págs. 10-11.
[4] N. do
A.: “Notes of General Meetings held at St. Louis, MO, 26-29/nov/1925”, pág. 38.
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