sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Imitação


Imitação

Alguns pensam equivocadamente que, uma vez que existe apenas uma maneira de os Cristãos se reunirem – de acordo com o padrão da Palavra de Deus – e que, se um grupo de Cristãos vierem a se reunir nesse sentido, eles devem estar divinamente reunidos para o Nome do Senhor. Uma pessoa pode entrar em uma reunião de Cristãos e sair dizendo: “Essas pessoas se reúnem exatamente como aquelas reunidas no Nome do Senhor; portanto, eles devem estar reunidos para o Nome do Senhor.” No entanto, há mais para ser divinamente reunido no Nome do Senhor do que isso. Certamente é verdade que há apenas uma maneira de os Cristãos se reunirem, mas se conduzir reuniões de acordo com o padrão bíblico fosse tudo o que devia ser feito, então as pessoas poderiam se afastar daqueles que Deus reuniu para o Nome do Senhor Jesus e estabelecer uma irmandade de forma independente, buscando praticar o que a Palavra de Deus ensina a respeito da ordem da assembleia e, portanto, eles poderiam ser considerados como estando no terreno certo da assembleia! Se esse fosse o único critério, as muitas divisões heréticas entre os chamados “irmãos” poderiam ser consideradas reunidas para o Nome do Senhor, porque muitos deles buscam seguir o padrão de congregação dado na Palavra de Deus.
Embora grupos assim possam alegar que existe base nas Escrituras para tudo o que praticam, só isso não significa que estejam divinamente congregados sobre o terreno do “um só corpo”. Por quê? Porque existe ainda a questão da ação corporativa do Espírito em reunir. É possível que um grupo assim seja uma mera imitação da maneira bíblica de congregar, tendo sido orquestrada pela vontade do homem. A grande questão é: Será que o Espírito de Deus foi o Autor disso? Teriam eles sido reunidos pelo Espírito? Talvez tenham feito isso com boas intenções, mas se foi estabelecido independentemente da ação do Espírito, trata-se de algo cismático e herético e não poderia ser considerado por Deus como estando sobre o verdadeiro fundamento da assembleia. Uma coisa é os Cristãos se reunirem seguindo um padrão bíblico, outra é fazerem isso tendo sido reunidos pelo Espírito sobre o fundamento do “um só corpo”. G. V. Wigram disse que é possível encontrar uma situação em que Cristãos venham a colocar de um lado a verdade de Deus e do outro o Espírito de Deus. O assunto que estamos considerando pode ser um exemplo disso. Alguns Cristãos poderiam se reunir seguindo o padrão bíblico para uma assembleia local, porém separados da obra do Espírito de Deus.
Devemos nos lembrar de que Jeroboão estabeleceu falsos centros de adoração em Betel e Dã. O que era feito em Betel era “igual à festa” (ARA) que se fazia em Judá, no sentido de ser parecido com o centro divino, mas era evidente que não tinha a aprovação do Senhor – pois um homem de Deus foi enviado pelo Senhor para clamar contra aquele altar (1 Rs 12:32, 13:1-2). Isto demonstra que tentar imitar o padrão dado por Deus não é garantia de receber a aprovação de Deus. Em outra ocasião, quando Zorobabel e Jesuá, junto com um remanescente de judeus, voltaram de Babilônia, existiam pessoas na terra que alegavam querer buscar a Jeová “como vós, buscaremos a vosso Deus; como também lhe sacrificamos”. Mas o remanescente que estava em Jerusalém os rejeitou por perceber que sua alegação era falsa (Ed 4:2). Se existia imitação no judaísmo, sabemos que existirá imitação no Cristianismo também (2 Tm 3:8).
Os princípios das Escrituras que já abordamos (no Capítulo 1) demonstram que se o estabelecimento de assembleias Cristãs fosse uma obra do Espírito, então isso seria feito em comunhão com a obra do Espírito já existente em reunir as almas ao Nome do Senhor Jesus (1 Ts 2:14). Deste modo a “unidade do Espírito” seria mantida. Ao seguirem este princípio, os irmãos congregados ao Nome do Senhor têm buscado estender “as destras de comunhão” (Gl 2:9 – ARA) às novas reuniões, de forma a manter uma expressão coletiva da verdade do “um só corpo”. Mas é errado pensar que só porque um grupo de Cristãos se reúne igual àqueles congregados ao Nome do Senhor eles estejam automaticamente sobre o terreno divino e, portanto, teríamos uma justificativa para partir o pão com eles. Pode ser o caso de estarem em um terreno independente, e juntar-se a eles seria apoiar a divisão exterior no testemunho da Igreja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Uma Publicação VERDADES VIVAS

O Livro impresso está  disponível  ➪   AQUI   O Livro eletrônico está disponível  ➪   AQUI Caso queria compartilhar este livro, ...