Novos Grupos Buscando Seguir o Padrão Bíblico para Reunir
A ideia de que Deus
pode ter mais de um testemunho divinamente reconhecido da verdade do “um só
corpo”, ainda que não em comunhão prática uns com os outros, incomoda
alguns. Muitas perguntas hipotéticas já foram feitas neste sentido relacionadas
a novos grupos de Cristãos que procurem congregar sobre os princípios divinos.
Este é um exemplo: “Se um grupo de Cristãos piedosos, que não conhecesse sobre os
que estão congregados ao Nome do Senhor, aprendesse algo da verdade de como
congregar e, separando-se de suas associações eclesiásticas anteriores,
começasse a se reunir simplesmente em nome do Senhor Jesus, agindo em
conformidade com tudo o que aprenderam da Escritura sobre o funcionamento da
assembleia, estariam eles divinamente congregados sobre o terreno do “um só
corpo” e teriam o Senhor em seu meio conforme Mateus 18:20?” Tem sido dito, “não
podemos limitar o Senhor de trabalhar onde Ele deseja. Se Ele decidir trabalhar
em outros lugares isso é Sua soberana escolha.”
É inegável que Deus
trabalhe independentemente dos santos congregados ao Nome do Senhor. Ele pode
exercitar as pessoas acerca da verdade de como congregar e efetivamente o faz.
Mas o fato de estarem exercitadas sobre a verdade e procurarem praticar o que
aprenderam da Palavra de Deus a esse respeito não as coloca necessariamente
sobre o terreno do “um só corpo”. Certamente concordamos que Deus deve
estar trabalhando com os Cristãos deste exemplo, pois eles receberam uma grande
parcela da verdade concernente à ordem na assembleia. Mas assumir que tal grupo
de Cristãos está automaticamente congregados ao Nome do Senhor no terreno do “um
só corpo” negligencia os princípios que qualificam uma assembleia para
isto, os quais foram mencionados nos capítulos 1 e 3. Isto é, que precisam
estar em comunhão com outras assembleias de crentes congregados da mesma forma,
com os quais possam expressar esta verdade na prática no que diz respeito à
recepção, disciplina, cartas de recomendação etc. Como poderiam eles praticar a
verdade do “um só corpo” estando reunidos por si mesmos? Como poderiam
alguns Cristãos com boas intenções que se reunissem para a adoração e o
ministério atender a todas as condições estabelecidas em Mateus 18:20?
Há quem diga que se
alguns crentes se reunirem sobre princípios bíblicos, porém sem estarem
conectados em uma comunhão prática com aqueles que já estavam congregados ao
Nome do Senhor por desconhecerem esses santos reunidos, eles estariam
divinamente congregados no terreno do “um só corpo”. Todavia, se esse
grupo ficasse sabendo daqueles congregados ao Nome do Senhor e não se ligassem
a eles em uma comunhão prática, só então eles seriam vistos como não estando
sobre o terreno do “um só corpo”, pois teriam sido testados e decidiram
não andar na verdade que professavam. Tal ideia parece fazer do conhecimento o
critério para estar congregado no terreno correto. Suponha que um grupo assim
se reunisse por 30 anos antes de entrar em contato com outros congregados sobre
os mesmos princípios, e seus membros não quisessem estar ligados a eles. Será
que poderíamos dizer que durante 30 anos eles realmente estiveram congregados
pelo Espírito ao Senhor em seu meio, porém agora, por sua recusa de estarem
conectados a outros para praticarem a verdade do “um só corpo”, o Senhor, a partir desse
fato, deixaria de estar no meio deles? Ou será que diríamos simplesmente que
eles nunca estiveram verdadeiramente congregados ao Seu Nome? Ora, se um teste
assim for necessário para podermos afirmar que um grupo está verdadeiramente
congregado pelo Espírito, então não podemos dizer que quaisquer desses
grupos estejam congregados, a menos que antes passem pelo teste do contato com
aqueles que já estão congregados ao Nome do Senhor.
Também já ouvimos
alguém comentar que o Espírito de Deus não reuniria Cristãos sobre o terreno do
“um só corpo” à parte daqueles já congregados ao Nome do Senhor em áreas
onde Deus já tivesse estabelecido um testemunho desta verdade. E também que os
crentes nessa situação que estivessem sendo exercitados pelo Espírito seriam
guiados pelo Espírito de Deus à comunhão com aqueles já congregados sobre o
terreno do “um só corpo” nessa área. Porém, em áreas remotas e em outras
regiões menos privilegiadas, como China ou Rússia, o Espírito os levaria a
formar uma comunhão onde eles estariam sobre o terreno do “um só corpo”.
Ora, se isto fosse verdadeiro, então o Espírito de Deus estaria trabalhando de
maneira contrária à Palavra de Deus, a qual diz claramente que Ele iria “reunir
em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos” (Jo 11:51-52;
Mt 18:20).
Temos certeza de que o
Espírito de Deus não trabalha de modo contrário à Palavra de Deus. Por um lado,
há quem diga que não deveríamos subestimar a graça de Deus em reunir os
Seus santos onde quer que Ele deseje, e por outro que limitamos Seu poder
de ligá-los em uma comunhão prática para que a verdade do “um só corpo”
possa ser visivelmente expressada na Terra! Esse tipo de raciocínio faz da
distância e da comunicação um obstáculo que o Espírito de Deus seria incapaz de
superar. Se existe um limite à obra do Espírito este é a Palavra de Deus, já
que o Espírito de Deus jamais irá fazer algo contrário à Sua própria Palavra.
Quando o Senhor enviou os apóstolos Ele disse: “Ide, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Ele também disse: “É Me dado todo o poder no céu e na Terra” (Mt 28:18-19).
Isto demonstra que o Senhor possui “todo o poder” em “todas as nações”.
A distância não é um obstáculo para Deus. Não devemos limitar o Seu poder de
operar em conformidade com os princípios de Sua Palavra quando Ele reúne os
Seus santos ao Nome do Senhor Jesus Cristo, independentemente de onde estejam.
Ele reuniu cuidadosamente os santos em uma comunhão prática no início da Igreja,
quando as viagens e as comunicações eram muito menos desenvolvidas, e Ele ainda
pode fazer isso hoje. “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?” (Gn
18:14). “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos Teus propósitos pode
ser impedido” (Jó 42:2). Aceitar isto exige fé de nossa parte.
Parece que o problema
com todo o questionamento hipotético, como costuma ser o caso com a maioria dos
erros eclesiásticos na Igreja, é que existe falta de fé no poder do Espírito de
reunir os Cristãos universalmente ao Nome do Senhor Jesus Cristo.
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