Nossa Responsabilidade para com os que Abandonaram o Divino Centro de
Reunião
O que costuma ser mais
perigoso do que “forçar” pessoas a entrarem na assembleia local é sair atrás
daqueles que abandonaram a assembleia. Ao considerarmos este assunto do
Espírito reunindo, precisamos entender que espalhar é uma obra de Deus tanto
quanto reunir (Gn 3:23-24, 11:8-9; 1 Rs 12:24; 2 Rs 17:20-23, 24:1-4; Jr
15:1, 4, 31:10; Ez 36:19, 24; Mt 23:37; Jo 10:12, 16; Ef 1:10). Às vezes o
Senhor peneira o Seu povo. Ele os prova e às vezes permite que sejam espalhados.
Satanás é o grande divisor e dispersor, e o Senhor, pelo Espírito, é o grande Reunidor.
Todavia, o Senhor, em caráter de disciplina governamental de Seu povo, pode
permitir que Satanás tenha acesso aos santos e faça seu trabalho de dispersar.
No passado o Senhor
peneirou os filhos de Israel no deserto (Dt 2:14; 1 Co 10:5). Ele também os
peneirou na Terra (1 Rs 12:24; 2 Rs 17:20-23, 24:1-4), e no futuro, quando
restaurar Israel, Ele irá peneirá-los uma vez mais (Am 9:9; Ez 20:33-38). Isto
Deus faz em Seus caminhos com o Seu povo, e com o testemunho Cristão não
é diferente (1 Co 10:11-13).
Se alguém que abandonou
a assembleia não dá sinais de arrependimento, fazemos bem em deixar essa pessoa
com o Senhor até que exista tal evidência. Certamente não estamos querendo
dizer com isso que o Senhor está tentando reunir aqueles que saíram em uma
divisão! Neste caso Deus está claramente espalhando, apesar de serem Sua propriedade.
Tentar atrair pessoas assim de volta à assembleia porque “o lugar delas é ali”,
sem levar isto em consideração, pode parecer uma atitude amorosa e bem
intencionada, mas geralmente acaba criando problemas. Somos avisados da
tentativa de Joabe de levar Absalão de volta ao reino antes de existir qualquer
mudança nele. Aquilo acarretou uma séria conspiração e muitos tombaram na
batalha que resultou disso (2 Sm 14-18). No final vemos que foi Joabe quem
matou Absalão. O mesmo que tentou levá-lo de volta acabou por destruí-lo! A
lição aqui é que se buscássemos por alguém para trazê-lo de volta antes
de existir uma mudança na pessoa, certamente não estaríamos fazendo bem a ela.
Além de ameaçar o bem-estar da assembleia, isso pode acabar destruindo a pessoa
no que diz respeito àquela verdade.
É certo que Deus
gostaria que nos preocupássemos com aqueles que esfriaram ou se afastaram da
assembleia. A Palavra de Deus diz: “Irmãos, se algum homem chegar a ser
surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com
espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado”
(Gl 6:1). O Senhor reclama com os pastores que não vão atrás do rebanho
desgarrado (Ez 34:4). Abraão buscou Ló quando este foi levado por um inimigo
enquanto morava em Sodoma – um tipo do mundo em sua corrupção (Gn 14). O caso
do ataque a Ziclague em 1 Samuel 30:8 é outro exemplo. Davi consultou o Senhor
se deveria sair em busca daqueles que tinham sido levados pelos Amalequitas (uma
figura da carne). O Senhor lhe disse que fosse atrás deles, e ao fazer isso foi
bem sucedido. Davi recuperou a todos. Veja também Tiago 5:19-20.
Muitas outras passagens
das Escrituras poderiam ser mencionadas para demonstrar que definitivamente
temos a responsabilidade para com os que abandonam. Mas depois de repetidos
chamados e visitas, chega um momento em que precisamos parar e perguntar: “Será
que esta pessoa está em condições de ser reunida, ou tudo não passa apenas de
meus próprios esforços?”. Se Deus não estiver diretamente trabalhando com
alguém neste sentido, estaríamos trabalhando contra Ele, ou ao menos nos
precipitando em fazer Sua obra nessa pessoa. Nossa contínua inconveniência para
com as pessoas que talvez não tenham a fé ou convicção para andarem nesta senda
pode não passar de uma obra da carne. Chega um momento quando devemos deixá-las
com o Senhor até que Sua obra seja evidente nelas. É preciso estar em comunhão
com o Senhor para saber quando devemos buscar alguém que abandonou a
assembleia. Alguns podem não passar de causadores de problemas (Pv 6:19), e
precisamos ter cuidado para não trazer pessoas assim para o convívio com os
santos. Se por um lado podemos ser obrigados a deixar certas pessoas com o
Senhor durante algum tempo, por outro jamais deveríamos deixar de orar por elas
(1 Sm 12:23).
Nenhum comentário:
Postar um comentário