quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

A Reunião Administrativa de “Cuidado”


A Reunião Administrativa de “Cuidado”

Quando surgem problemas que exigem um julgamento e ações administrativas devem ser tomadas em um caso que se apresenta na assembleia, os irmãos responsáveis devem se reunir em separado da assembleia para procurar entender os fatos do caso em questão e buscar luz das Escrituras sobre o modo como a assembleia deve agir. Em suma, o objetivo dessa reunião de cuidado é tratar dos assuntos referentes à assembleia.
Há três ocasiões principais no livro de Atos quando os irmãos se reúnem à parte da assembleia como um todo para considerar determinadas questões (At 15:6, 20:18, 21:18). Aqueles eram concílios apostólicos. Embora não fossem exatamente reuniões administrativas locais de “cuidado”, como as conhecemos – pois eram reuniões de irmãos de várias localidades diferentes – elas estabelecem um princípio para nós, indicando que os assuntos podem ser examinados pelos irmãos separadamente da assembleia. É dito: “Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto” (At 15:6). Note que não é mencionada a presença de irmãs, irmãos jovens e novos convertidos. As coisas não devem ser resolvidas diante da assembleia, porque pode haver alguma disputa (At 15: 7), que não seria de boa ordem para um fórum público; e também, coisas que poderiam ser tratadas poderiam ser contaminantes, o que não seria apropriado em tal cenário (1 Co 14:40).
Quando os irmãos se sentirem que têm discernido a vontade do Senhor a partir das Escrituras quanto ao que a assembleia deve fazer, eles apresentam os fatos (não necessariamente os detalhes, pois estes podem contaminar) e as conclusões bíblicas para a assembleia a fim de que a consciência de todos esteja engajada na questão (At 15:22). Então aquela passa a ser uma ratificada decisão de “ligar” (Mt 18:18-20).
Alguns acham que os irmãos devem simplesmente apresentar uma proposta à assembleia e que esta, como um todo, deve decidir o que fazer. Apesar de tal pensamento ser em parte correto, os irmãos que tomam a iniciativa nesse cuidado são responsáveis em garantir que a assembleia seja guiada em um caminho bíblico quanto à forma de agir, independentemente de todos concordarem ou não. Se não fosse assim, então os irmãos mais velhos e responsáveis, que entendem os princípios e sabem o que deve ser feito, poderiam ter seu piedoso julgamento fundamentado na Bíblia impedido pelas irmãs, jovens e opositores que não concordassem com a decisão. Isso faria com que um julgamento com base na Escritura quanto às questões da assembleia ficasse sujeito a pessoas com pouca experiência ou discernimento, ou talvez com uma disposição tendenciosa. É evidente que esta não seria a maneira correta de se agir. Alguns parecem nutrir a ideia de que os irmãos não podem agir até que recebam um sinal verde dessas pessoas. Isso é o mesmo que ter o povo controlando seus líderes, o que o princípio da democracia. Muitos têm tropeçado exatamente nisso quando os anciãos procuram aplicar um julgamento bíblico sobre uma questão e alguns discordam quanto à ação.
Isto não significa que os anciãos tomem decisões administrativas na assembleia e que os demais irmãos não possam opinar. Nada pode ser oficialmente decidido sem que a assembleia tenha a oportunidade de ter sua consciência exercitada na questão (At 15:22), é por isso que os anciãos devem buscar a consciência de todos na assembleia, trazendo o assunto diante dela. Os irmãos nessa posição de liderança devem ser sensíveis a qualquer objeção legítima que algum irmão ou irmã possa trazer. Mas no final são eles os responsáveis a cumprirem o papel de “anjo” da igreja agindo para a glória de Deus (Ap 2:1 etc.). Não é uma decisão de “ligar” da assembleia até que isto seja feito em assembleia, numa reunião que é chamada às vezes de uma reunião para disciplina (Mt 18:19-20; 1 Co 5:4).

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