Mateus 18:18-19
Se por um lado, 2
Timóteo 2:19-22 nos fala do processo do exercício pelo qual devemos passar para
encontrarmos o testemunho remanescente nos dias atuais e nos identificarmos com
ele, Mateus 18:18-20 descreve os grandes princípios de reunião sobre os quais
aqueles conectados ao testemunho remanescente devem congregar. Trata-se do
terreno de reunião que o Senhor originalmente planejou para que nele toda a Igreja
viesse a congregar para adoração e ministério. Isto significa que ainda é
possível praticarmos toda a verdade da Escritura referente a como os Cristãos
devem se reunir (isto é, a verdade do “um só corpo”), mesmo em um dia de
ruína quando a maioria dos Cristãos não têm o mesmo exercício.
Alguém apropriadamente
chamou estes versículos de “Carta Magna da Igreja”. No princípio da Igreja, o
Espírito de Deus reuniu todos os Cristãos sobre este único terreno de reunião,
mas isso foi antes que ocorressem as divisões na Cristandade. Hoje podemos
esperar que apenas um remanescente de crentes esteja interessado em congregar
sobre os mesmos princípios.
Se esta passagem
assinala realmente quais são os grandes princípios da assembleia para os Cristãos
estarem congregados para adoração e ministério, podemos esperar que o diabo,
nosso adversário, faça um grande alvoroço quanto à sua interpretação, a fim de
confundir o maior número de pessoas. Podemos ter certeza de que aquilo que Deus
mais preza é também aquilo a que Satanás mais se opõe. O diabo não fica
contente em ver Cristãos congregados sobre os princípios divinos, e irá tentar
dividi-los a todo custo. Ele não gosta de que nos congreguemos e caminhemos
juntos, sendo “um” (Jo 17:11, 21).
Nosso inimigo tem um ódio peculiar contra a verdade da assembleia, pois ele
sabe que, quando praticada, ela une o povo de Deus. Esta é a razão de assuntos
como o de Mateus 18:20 e da mesa do Senhor sofrerem ataques com tanta
frequência. O diabo sabe que a maneira mais eficaz de atingir seus objetivos de
dividir e espalhar o povo de Deus é atacando a própria verdade fundamental
sobre a qual Deus gostaria que os Cristãos estivessem reunidos. O plano do
inimigo é simples: se ele puder tirar dos santos a verdade do único centro
divino de reunião, eles certamente acabarão espalhados.
Foi o que aconteceu com
Israel. Como já vimos, por detrás do plano de Jeroboão de construir centros
alternativos em Betel e Dã estava o claro desígnio do diabo de dividir os filhos
de Israel (1 Rs 12). Os desígnios do inimigo de dividir os santos no
Cristianismo não têm sido diferentes. Como mencionado, ele está tentando minar
as verdades fundamentais que têm a ver com o ser reunido para o Nome do Senhor
Jesus Cristo (que é o centro de Deus para os Cristãos que se reúnem para
adoração, ministério e ações administrativas) com a intenção de dispersá-los.
As muitas centenas de denominações na Cristandade e as várias divisões entre
aqueles que procuram praticar os princípios de reunir são um testemunho de quão
grandes foram seus ataques.
A obra do inimigo tem
sido tão eficaz que a maioria dos Cristãos nem percebe os grandes princípios
que estão diante de nossos olhos nesta passagem! Para aqueles que têm estado
congregados ao Seu Nome, existe sempre o perigo de serem desviados desse
terreno pelas artimanhas do diabo. E quando isso ocorre, eles costumam se
transformar nos opositores mais ferrenhos desta verdade. J. N. Darby disse: “A
grande parte do conflito coletivo tem relação com o equívoco intencional sobre
a verdade de Cristo como o único centro de reunião. Ninguém é um adversário
mais amargo dessa verdade do que aquele que a conhece, mas não caminha nela.”
Já que somos exortados a nos mantermos vigilantes contra tais ataques do
inimigo (At 20:29-31; 2 Co 2:11; 1 Pe 5:8), à medida que procedermos com os
grandes princípios da assembleia encontrados nesta passagem, abordaremos também
algumas das ideias divergentes que têm confundido alguns e desviado outros.
Veremos que quase cada frase destes versículos tem sido atacada, minada e
distorcida de alguma maneira.
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