quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

“Dentro” e “Fora”


“Dentro” e “Fora”

A Escritura indica claramente que existe um “dentro” e um “fora” quando o assunto é a comunhão da assembleia (1 Co 5:12-13). Nos dias em que o apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios não existiam outras comunhões de crentes além daqueles que estavam congregados sobre o fundamento da Igreja. As tristes divisões sectárias ainda não haviam sido manifestadas exteriormente no testemunho Cristão. Havia “toda a igreja”, fora da qual existiam apenas “indoutos” ou “infiéis” (1 Co 14:23). Os chamados “irmãos” faziam parte da única comunhão de Cristãos, os quais estavam congregados ao Nome do Senhor. Quando a assembleia em Corinto decidiu tirar de seu meio o malfeitor, os irmãos agiram em nome da Igreja como um todo, e assim ele ficava fora da comunhão de toda a Igreja de Deus na Terra. Qualquer um que naquela época estivesse fora da assembleia estaria no mundo, onde não encontraria comunhão Cristã.
Por causa da ruína do testemunho Cristão as coisas hoje são diferentes. Como consequência existem muitas comunhões Cristãs criadas pelos homens que se congregam independentes umas das outras. Se hoje uma pessoa é colocada fora da comunhão dos santos congregados ao Nome do Senhor (que representam apenas um testemunho remanescente da unidade da Igreja), essa pessoa não estará necessariamente fora da comunhão Cristã, apesar de estar universalmente fora da comunhão dos santos assim congregados. Ela poderá facilmente caminhar algumas quadras, encontrar outro grupo de Cristãos e ser bem recebida ali. A questão é: Estaria tal pessoa “fora” no sentido em que Paulo falou na época da Igreja primitiva? Hoje, em razão da ruína, diríamos que não. Ela não pode ser colocada em um lugar onde não exista uma comunhão Cristã, mas mesmo assim ela pode ser colocada “fora” da comunhão dos santos congregados no terreno de um só corpo. Portanto, a expressão “dentro” ou “fora”, independentemente de se referir àquela época ou à atual, tem a ver com estar dentro ou fora da comunhão dos santos congregados ao Nome do Senhor no centro divino determinado por Deus – onde Cristo está no meio.
Uma vez que o partimento do pão é a reunião na qual nossa comunhão à mesa do Senhor é expressa (1 Co 10:16), o “dentro” e o “fora” devem ser exprimidos de modo a distinguir aqueles que estão em comunhão e aqueles que não estão. Isto era particularmente necessário nos primeiros dias dos irmãos congregados ao nome do Senhor, quando as reuniões eram bem maiores. De outra forma, seria difícil saber quem estava em comunhão e quem não estava, o que poderia levar à confusão. Não existe uma regra de como agir, mas as coisas deveriam ser feitas com decência e ordem (1 Co 14:40). Lord Adalbert Percy Cecil disse: “Não tenho dúvidas de que o de  dentro e o de fora das assembleias deveria ser claramente definido e mantido de forma distinta, doutro modo haverá confusão.”[1]
Também acrescentamos que o apóstolo não estava ensinando que a assembleia deveria colocar o fornicador fora da casa de Deus, mas da comunhão dos santos, que naquele tempo significava todos os Cristãos. (Uma pessoa não poderia ser tirada da casa de Deus, a grande esfera da profissão Cristã. A entrada formal na casa de Deus é pelo batismo com água, portanto colocar alguém fora da casa de Deus exigiria que seu batismo fosse negado, o que é impossível.)




[1] N. do A.: A. P. Cecil, “The First Epistle to the Corinthians”, pág. 23.

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