Purificando a Nós Mesmos
O exercício do Cristão
não é ser meramente um vaso “para honra”, mas ser um “santificado”
vaso “para honra”.[1]
Isto envolve purificar-se da mistura por meio da separação. Estes versículos
ensinam claramente que é impossível ser um vaso santificado quando se permanece
em comunhão com a corrupção na casa. A mera associação com a má doutrina e
prática ruins é suficiente para nos manchar, mesmo que em nossa vida pessoal
não estejamos professando ou praticando o mal. Portanto, o grande exercício
para o crente que deseja ser fiel é: “aparte-se” da injustiça e
iniquidade que há na casa, separando-se dessa mistura. Assim se torna um vaso “santificado”
para honra. Trata-se de uma separação que deve ser praticada na casa de Deus. O
crente não é chamado a deixar a casa, pois isto significaria abandonar a
profissão Cristã completamente, mas a se separar da desordem existente ali.
(Compare com Pv 25:24). Tampouco ele é chamado a “purificar” a casa de
tudo o que desonra o Senhor, mas sim de “purificar” a si próprio da
mistura existente na casa.[2]
[1] N. do A.: É certo que este é um assunto delicado.
Disponho-me a ser corrigido, mas se interpretarmos essa passagem dizendo que
somente aqueles que se separaram para a posição remanescente (ou seja, os
santos reunidos para o Nome do Senhor) são os vasos para honra, então, em
essência, fazemos todos os outros Cristãos na casa um vaso para desonra, o que
parece um pouco extremo. Não seria levado em consideração os Cristãos piedosos
que andam retamente quanto à consciência, embora possam não ser exercitados
sobre suas associações eclesiásticas. Eles podem estar conectados com alguma
ordem denominacional feita pelo homem, mas a consciência deles não foi
esclarecida quanto às associações eclesiásticas das quais deveriam se separar.
Dificilmente poderíamos acusá-los de um mal eclesiástico quando eles não têm
consciência disso. Talvez eles pudessem ser designados como vasos para honra,
mas não como vasos “santificados” para honra. Sobre um assunto um pouco
diferente, também não gostaríamos de chamar as mesas (comunhões) que os homens
criaram no testemunho Cristão, “mesas de demônios” (1 Co 10:21).
Novamente, isso estaria indo longe demais e está perdendo o sentido da
passagem.
[2] N. do A.: No grego a palavra “Ekkathairo”,
traduzida aqui como “purificar”, só é encontrada duas vezes nas Escrituras. Ela
aparece em 1 Co 5:7, onde aquele que praticou o mal é tirado da comunhão dos
santos. Aparece também em 2 Tm 2:21, onde o que praticou o mal se purifica da
mistura de vasos bons e ruins.
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