A Acusação de Sectarismo
Não obstante, a ideia
de que Deus possui um só testemunho da verdade de um só corpo na Terra, parece
exclusivista para alguns. Mas isso não deveria parecer estranho para nós, já que
toda a revelação da fé Cristã é exclusiva. Pense em como a fé Cristã deve soar
para as outras religiões como o budismo, hinduísmo e islamismo. Elas olham para
o Cristianismo e dizem: “Então vocês Cristãos acham que são os únicos certos –
que vocês são os únicos que vão para o céu!”. Elas podem achar o Cristianismo
orgulhoso, arrogante e exclusivista – mas é a verdade de Deus. Tudo o que
podemos fazer é baixar a cabeça e humildemente agradecer a Deus pela graça que
nos guiou àqu’Ele (o Único) que é “o Caminho, e a Verdade e a Vida”; Aqu’Ele
que disse “ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (Jo 14:6). O meio de
salvação e a vida eterna são coisas muito exclusivas. “E em nenhum outro há
salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os
homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12).
Outros pensam que os
congregados ao Nome do Senhor se tornaram sectários por crerem que Deus possui
um único testemunho divinamente reconhecido da verdade do “um só corpo” na Terra.
Perguntamos: Como poderiam se tornar sectários por professar estas coisas
quando elas são as mesmas que vêm sendo professadas desde a metade do século
dezenove depois que essa verdade foi recuperada? Não se trata de ideia nova. Ou
o movimento já era sectário desde aquele tempo, ou está verdadeiramente sobre o
terreno adequado à assembleia, sendo assim reconhecido por Deus. Outros fazem
uma advertência: “Cuidado com o orgulho dessa posição”. Em certo sentido eles
estão certos! O orgulho é algo terrível e realmente precisamos vigiar contra “o
orgulho da posição”. Mas estar congregado ao Nome do
Senhor não é estar num terreno sectário; aqueles que o Espírito reuniu
estão no lugar onde Cristo está no meio.
Dizem que não
deveríamos nos referir a nós mesmos e aos outros Cristãos como “nós” e “eles”,
pois agir assim não seria preservar a verdade de que somos todos “um só
corpo”. É verdade que nunca deveríamos falar no sentido orgulhoso de “sou
mais santo do que tu” (Is 65:5) ao nos referirmos aos outros, como João fez
(Mc 9:38-39), mas não é errado dizer “nós” em relação a outros crentes, pois o
próprio Senhor Jesus fez assim (Mc 9:40). De que outro modo poderíamos
distinguir entre aqueles aos quais Deus graciosamente reuniu e aqueles que não
foram reunidos? Se a graça de Deus que nos reuniu ao Nome do Senhor Jesus for
corretamente entendida em nossa alma, isto não nos faria orgulhosos – isto
imediatamente tiraria o nosso orgulho (veja Ef 3:8). Afinal, de que poderíamos
nos orgulhar? Se aqueles congregados ao Nome do Senhor são um testemunho, então
são um testemunho do fato de que todo o testemunho Cristão, do qual fazem
parte, está em ruínas!
Também é dito que é
muita pretensão e orgulho declarar que estamos no único centro de reunião que
Deus possui neste mundo. Mais uma vez, isto também pode muito bem estar
correto. Seria inconsistente com o espírito de graça Cristã declarar ou proclamar
tal coisa, tanto quanto estaria fora do caráter de um Cristão proclamar que ele
é um evangelista, pastor ou mestre, mesmo que o seja. Um Cristão não deveria
proclamar que está no lugar escolhido pelo Senhor, mesmo que possa estar
convicto em seu coração de que Deus, em graça, o colocou ali. Não se trata de
uma questão de orgulho, mas de fé.
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